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Argumento, Sinopse e Roteiro

  • Foto do escritor: videoguia
    videoguia
  • 8 de fev. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 12 de dez. de 2022

O ARGUMENTO é a ideia, o início de tudo. Em um filme de autor, seja ficção, romance ou outro gênero qualquer, algumas vezes uma boa ideia está em algo muito simples. Mas a evolução do pensamento, a construção das narrativas paralelas que vão interagir com o assunto central e principalmente a presença de um eixo emocional forte são quase a certeza de que aquela ideia simples resultará numa boa estória.



O resultado depende de muito trabalho e fundamentalmente de comunicação. A boa comunicação começa na primeira descrição da ideia inicial, algo como um resumo da estória, conciso, mas que revela as principais tramas, o enredo emocional de cada personagem, de cada núcleo, além do desenrolar natural da estória.

A SINOPSE vai avançar em pontos que poderão ser fundamentais para a construção do roteiro, revelando detalhes da vida e personalidade dos personagens da estória, os dramas anteriores que, mesmo não presentes no desenrolar do filme, certamente vão ser entendidos e ajudarão a compreender conflitos e condutas.


O ROTEIRO vai juntar os pedaços, as informações sobre cada elemento da estória idealizada e dar vida, interação e função a todos eles. É nessa fase que se elabora a criação dos diálogos, a ambientação definitiva das situações. Sucessivas releituras desse trabalho, ajustes e mudanças irão dar uma ideia final bem completa da competência do criador, ao contar sua estória.



Como o projeto de uma casa, é o momento de afinar muito bem o enredo, as situações, para levar ao estúdio uma ideia quase definitiva, que não sofra em sua linha principal, modificações de última hora, que resultam geralmente, adaptações desastrosas.



Quanto mais comunicação e bem feita, melhor. Um recurso pós roteiro bastante utilizado é o desenho de produção, o chamado storyboard. Nesse conjunto de desenhos, são especificados e detalhados os planos de câmera e cortes do filme, o que será uma base bem consistente para a compreensão de todos os profissionais envolvidos desde a pré-produção à finalização e até trilha sonora.



Em trabalhos documentais junto à natureza ou reportagens, esse processo pode ser revertido em incontáveis momentos. O caráter imprevisível das manifestações naturais, o comportamento algumas vezes imprevisível dos elementos como clima, animais selvagens e outros, torna imprescindível uma abordagem diferente por parte do realizador. Nessa situação, é fundamental que ele se torne um conhecedor do assunto que deseja abordar, afim de que não seja apenas um refém das situações adversas que encontrar em seu trabalho.



Não raro, em documentários ou reportagens, quando o roteiro ou o texto da narração não é produzido depois da captação, é modificado depois da filmagem, atualizando as informações previstas ou agregando novos dados colhidos em campo. Isso não significa que para um documentário vale o conceito de “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.



A preparação correta é extensa e exige muita concentração, para que o controle do ambiente no set de filmagem contribua para o alcance total dos objetivos.

Ou seja, vale a expressão, 10% de inspiração e 90% de transpiração.



FUNÇÃO DE ROTEIRO.

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Existem várias formas técnicas de se escrever um roteiro para cinema ou televisão. Todas já foram contadas e recontadas inúmeras vezes e certamente você já se deparou com algumas delas, ao menos em livros sobre roteiros.



Desde as formas de páginas cheias, quase cursivas, fluídas, onde o texto e diálogos vêm em sequência à descrição das situações, até aqueles que alinham imagem e texto lado a lado, reafirmando o momento exato de cada fala; nada é mais importante de que a busca por transmitir a informação completa.



Noite, dia, interior ou externa, sala, cozinha, varanda.... Informações técnicas detalhadas sempre se transformam em melhor resultado.



Observe as frases:

1. Júlio caminha para a varanda. 2. Júlio caminha pensativo, lentamente em direção ao alpendre onde o sol se põe magnífico.



Note a função de palavras simples, que podem parecer um rebuscamento inútil mas são fundamentais para que na hora da cena, sua função emocional seja mantida.



Lembre-se que em seu roteiro, o personagem acaba de receber uma notícia grave, tem que tomar uma decisão importante sobre sua vida sentimental. Lembre-se da trilha dessa cena. Nada meloso, mas com forte carga emocional.



Já o diretor e a equipe, estão preocupados com a realização rápida da cena, porque o sol está caindo, a luz vai acabar e não dá tempo de refazer no dia seguinte. Além disso, o produtor já avisou que o dono do cachorro da primeira cena do dia seguinte desistiu e vai levar o bicho para uma exposição, e o assistente ainda não encontrou um animal substituto. Você acha que não pode piorar? Pois acredite, acontece sempre e pode piorar sim!



Então, novamente, quanto mais informação no roteiro, melhor. Lembre-se daquela anotação de rodapé feita na noite anterior: “vem de plano geral na anterior, apresentar a cena em médio para bom corte” .



Mas acima de tudo lembre-se de que isso não quer dizer: Escravize-se ao roteiro.

O roteiro deve ser seu guia, nunca, o seu senhor.

 
 
 

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